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Calígula (filme)

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Calígula
Caligula
Calígula (filme)
Capa do DVD
Em italiano Caligola
 Itália Estados Unidos
1979 •  cor •  155 min 
Género drama histórico-biográfico
Direção Tinto Brass
Giancarlo Lui
Bob Guccione
Roteiro Gore Vidal
Elenco Malcolm McDowell
Teresa Ann Savoy
Helen Mirren
Peter O'Toole
John Gielgud
Idioma italiano
inglês

Caligula (bra/prt: Calígula)[1][2] (em italiano: Caligola; em inglês: Caligula) é um filme ítalo-estadunidense de 1979, do gênero drama histórico-biográfico, dirigido por Tinto Brass, com roteiro de Gore Vidal.[1]

Contendo cenas adicionais filmadas por Giancarlo Lui e por Bob Guccione, fundador da revista erótica Penthouse, o filme narra a história da ascensão e queda do imperador romano Gaius Caesar Germanicus, mais conhecido como Calígula. Estrelado por Malcolm McDowell no papel-título, Calígula foi a primeira grande produção a mostrar atores famosos como John Gielgud, Peter O'Toole e Helen Mirren envolvidos em cenas de sexo explícito.[3]

O filme conta a história de Calígula, tirano que comandou o Império Romano durante quatro anos, entre 37 e 41 d.C. Em seu reinado orgiástico e sangrento, ele mandou assassinar vários membros da aristocracia senatorial, casou-se com a própria irmã Drusila, e concedeu ao seu cavalo, Incitato, as insígnias de senador.

O filme começa com a morte do imperador Tibério, que é sucedido por seu neto Calígula. Calígula é um jovem ambicioso e cruel que rapidamente assume o controle do império. Ele executa seus inimigos políticos, nomeia seu cavalo Incitato como senador e organiza orgias e eventos públicos decadentes.

Calígula também se envolve em um caso incestuoso com sua irmã Drusila. Os dois planejam governar o império juntos. No entanto, Drusila morre logo depois, e Calígula fica devastado.

Calígula fica cada vez mais paranoico e violento. Ele começa a acreditar que é um deus e que pode fazer o que quiser. Ele executa seus amigos e familiares e envia seu exército para lutar em batalhas inúteis.

No final, Calígula é assassinado por um grupo de conspiradores, liderados por seu primo e ex-amante, Macro.

O filme foi mal-recebido pela crítica; Roger Ebert deu "nota zero", descrevendo-o como "doentio, imprestável, lixo vergonhoso." Talvez o comentário mais cruel que já apareceu nas críticas de Ebert é atribuída a um terceiro: "'Esse filme', disse a moça na minha frente na máquina de refrigerante, 'é a pior merda que eu já vi!'" Esse foi um dos poucos filmes que Ebert já abandonou no meio da projeção; "depois de duas horas dos seus 170 [sic] minutos."[4] O crítico Leonard Maltin disse que o filme era pouco mais do que "seis minutos de cenas não envolvendo sexo explícito."[5] A revista estadunidense Newsweek chamou Caligola de "uma enxurrada de depravação de duas horas e meia que parece ter sido filmada através de um vidro de vaselina."[6]

Analisando sua perspectiva contemporânea, o crítico Alex Jackson ofereceu um análise mais simpática:

O filme é agressivamente, odiosamente, chocantemente sem sentido. No entanto, a distância irônica que você usa para aguentar (e talvez até gostar) de filmes do Takashi Miike, até funciona por um tempo em Calígola, mas não dura até o fim. O filme é simplesmente muito vazio e cruel. Depois de umas duas horas e meia, o filme fica mais dinâmico e realmente vai ficando melhor conforme você mergulha na atmosfera. Mas não há perspectiva alguma. Eu nunca consegui me identificar com nenhum dos personagens, nem me importar com eles. O filme é tão profundamente desumano que tira dele qualquer conceito.

Se o filme pode ser comparado com as sátiras de Fellini? Não, aqueles filmes demonstram algum tipo de cordialidade. Se o filme pode ser comparado com Salo? Não, aquele filme apresenta algum tipo de humanismo. Se o filme pode se comparado com The Devils? Não, aquele filme apresenta algum tipo de senso de humor. Se o filme pode ser comparado com Kids ou Bully de Larry Clark? Não, aqueles filmes apresentam algum tipo de humanidade, cordialidade, humor e até erotismo; os adolescente naqueles filmes eram desajeitados com o sexo e a violência. Você consegue apontar o problema? A maior, e eu acho que você pode argumentar, diferença daqueles filmes (e todos eram melhores e superiores a Calígola) é que havia algum tipo de propósito por trás deles.[7]

Referências culturais

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  • Em 2005, um falso trailer de Gore Vidal's Caligula foi produzido pelo artista Francesco Vezzoli para a campanha publicitária de uma nova linha de acessórios de Gianni Versace. Era uma paródia, "ostensivamente promovendo um filme sobre um imperador romano pirado que dorme com as irmãs, executa seus críticos e preside um grupo bissexual vestido sumariamente." O trailer apresenta Courtney Love como Calígula, Benicio del Toro como Macro, bem como Helen Mirren interpretando Tibério. Milla Jovovich e Gerard Butler aparecem como Drusila e Quereia, respectivamente. Vidal aparece como ele próprio.[8] O trailer passou no mundo inteiro, inclusive numa apresentação no Whitney Museum of American Art, em Nova York, por ocasião da Whitney Biennial de 2006.[9]
  • Em 2006, durante o escândalo envolvendo Mark Foley, o programa de humor estadunidense The Daily Show mostrou uma rápida cena de uma orgia do filme Caligola, dizendo se tratar de imagens de uma câmera de segurança do Congresso. Posteriormente, o apresentador Jon Stewart afirma que se tratava de uma cena do filme "Caligola de Bob Guccione."
  • Matthew Sweet usou diálogos do filme em seu álbum Altered Beast (1993). A banda sueca de metal melódico, Arch Enemy usou os mesmos diálogos na música Rise of the Tyrant:[10]

    Calígula: Eu existo desde a manhã do mundo e existirei até que a última estrela caia da noite.
    Apesar de ter tomado a forma de Gaius Caligula, Eu sou todos os homens da mesma forma como não sou homem algum, e por isso sou um deus.
    Eu esperarei pela decisão unânime do Senado, Cláudio…

    Cláudio: Todos aqueles que concordam, digam sim.
    Calígula: Sim… Sim!
    Senadores: Sim! Sim! Sim!…
    Quereia: Agora ele é um deus…[11]

  • Na série de animação Home Movies, o personagem Brendon Small pergunta a seu pai se eles podem assistir Caligola no episódio "Pizza Club", na 2ª temporada.[12]

Exibição na TV brasileira

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A rede OM, do Paraná, se envolveu em uma polêmica em 1992 após ser proibida pela Justiça de exibir o filme por conta das cenas de sexo explícito. A história repercutiu em todo o Brasil e fez a emissora conquistar uma excelente audiência para seus padrões mesmo tendo mostrado apenas um trecho da obra com censura. A OM não conseguiu exibir o filme completo em virtude dos impasses judiciais. Após se envolver em várias polêmicas, a rede OM foi extinta em 22 de maio de 1993, dando lugar à CNT, que está no ar até hoje, praticamente só exibindo cultos da Igreja Universal do Reino de Deus.[13]

Dublagem brasileira

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O filme foi inteiramente dublado e apesar de não ter sido totalmente exibido é possível encontrá-lo em sua versão completa em português.[14]

Elenco (personagem) ??? Audivision
Malcolm McDowell (Calígula) Ézio Ramos Rodney Gomes
Teresa Ann Savoy (Drusilla) ??? Flávia Fontenelle
Guido Mannari (Macro) ??? Waldyr Sant'anna
John Gielgud (Nerva) ??? André Bellisar
Peter O'Toole (Tiberius) Walter Breda Dário de Castro
John Steiner (Longinus) ??? Walmir Barbosa
Leopoldo Trieste (Charicles) ??? Ronaldo Júlio

Referências

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